Golpes contra idosos: como reconhecer e se proteger na internet e no banco
Aprenda a identificar sinais de alerta e previna os principais golpes contra idosos — falsa central, parente em apuros entre outros. Saiba o que fazer se já caiu também.
Idosos estão mais conectados do que nunca — e, por isso, mais expostos a golpes que exploram pressa, medo e confiança.
A boa notícia: com informação clara e algumas rotinas simples, dá para reduzir muito o risco.
Este guia, em linguagem direta, resume sinais de alerta, os golpes mais frequentes hoje e medidas práticas para prevenção e resposta. Continue lendo!
Golpes contra idosos: por que criminosos os escolhem?

Criminosos sabem que os idosos estão em uma posição mais vulnerável e exploram isso de maneira planejada.
Muitos cresceram em uma época em que a palavra tinha mais valor, o que os torna mais confiantes e menos desconfiados diante de estranhos.
Além disso, a adaptação ao mundo digital nem sempre é fácil: aplicativos de banco, redes sociais e mensagens cheias de links suspeitos podem gerar dúvidas que facilitam a ação dos golpistas.
Outro ponto é o isolamento social, comum na terceira idade, que aumenta a chance de acreditar em contatos inesperados, como uma ligação do “banco” ou uma mensagem de um “parente”.
Até mesmo o ritmo mais lento de raciocínio pode ser usado contra eles, principalmente quando o golpista pressiona por respostas rápidas, simulando urgência para evitar que a vítima tenha tempo de pensar ou confirmar informações.
Por todos esses motivos, os idosos acabam sendo um dos principais alvos em golpes financeiros na internet e no banco.
7 golpes mais comuns e como agir para não cair
1) Falsa central / falso funcionário do banco
A ligação chega com tom técnico: “compra suspeita”, “bloqueio do cartão”, “verificação”. Pedem que você digite senha, passe códigos ou instale um app.
Como se proteger: banco nunca pede senha/código por telefone. Desligue.
Depois, ligue você para o número que está no cartão ou acesse o app oficial e fale pelos canais internos. Não use números enviados por SMS/WhatsApp.
2) “Parente em apuros” ou “troquei de número”
Mensagem ou ligação emocionada pedindo transferência urgente para conserto de carro, hospital ou conta atrasada.
Como se proteger: não diga nomes, encerre a conversa e confirme com outro familiar.
Se precisar, faça uma chamada de vídeo com o parente verdadeiro. Estabeleça em família uma palavra-chave para emergências.
3) Links falsos (phishing)
SMS/WhatsApp/e-mail avisando “compra não reconhecida”, “prêmio”, “atualização cadastral” ou “Correios com entrega retida”. O link leva a páginas muito parecidas com as oficiais.
Como se proteger: não clique. Abra o app do serviço ou digite o endereço do site no navegador.
Desconfie de promoções, domínios estranhos e erros de ortografia. Ative verificação em duas etapas nas contas principais.
4) Clonagem de WhatsApp
Golpista convence a vítima a informar o código de seis dígitos do WhatsApp e assume a conta para pedir dinheiro aos contatos.
Como se proteger: nunca compartilhe códigos recebidos por SMS. Ative a confirmação em duas etapas no WhatsApp (com PIN).
Se perdeu o acesso, recupere o app, avise familiares e ative novamente a dupla verificação.
5) Boleto falso
Documento “perfeito”, mas com código de barras alterado para desviar o pagamento. Aparece em renegociações, mensalidades e contas de consumo.
Como se proteger: baixe boletos apenas do site/app oficial.
Antes de pagar, confira beneficiário e use o leitor de boletos do app do banco — muitos apps alertam quando há inconsistência.
6) “Motoboy do banco” recolhendo cartão
Ligação diz que o cartão foi clonado e que um motoboy autorizado vai buscar o cartão “para perícia”. Mesmo cortado, o chip permite compras.
Como se proteger: banco não recolhe cartões.
Se precisar cancelar, faça pelo app ou telefone oficial e destrua o chip. Cartão nunca sai da sua casa nas mãos de terceiros.
7) Pix “errado” e pedido de devolução manual
O golpista manda um Pix pequeno e pede que você devolva para outra conta; em paralelo, solicita estorno ao banco.
Como se proteger: use apenas o botão “Devolver” do Pix no seu app.
Não faça transferências manuais para chaves/contas indicadas em mensagens.
Golpes envolvendo o INSS: nunca pague taxas antecipadas para “liberar valores” nem informe dados por mensagem. Prova de vida e consultas, só pelo Meu INSS (app/site) e canais oficiais.
Rotina de proteção para deixar no automático

No banco e nos aplicativos
- Ative alerta de transação por SMS/app.
- Revise faturas, extratos e boletos toda semana.
- Cadastre limites diários de Pix e transferências.
- Em suspeita, desligue a ligação e retorne pelo número do cartão ou pelo app.
Senhas e dispositivos
- Senhas fortes e diferentes para banco, e-mail e WhatsApp.
- Autenticação em duas etapas em tudo que for importante.
- Celular e computador atualizados e com antivírus confiável.
- Bloqueio de tela por biometria ou senha.
Em família
- Combine palavra-chave para emergências.
- Antes de pagar/transferir, confirme com alguém de confiança.
- Ajude a identificar links falsos e a validar boletos no app.
- Mantenha perfis de redes com privacidade ajustada.
Se já aconteceu: o que fazer em golpes contra idosos?

- Interrompa o contato e bloqueie cartão/conta no app.
- Avise o banco imediatamente. Para fraudes via Pix, peça a abertura do Mecanismo Especial de Devolução (MED); rapidez aumenta a chance de recuperar valores.
- Registre Boletim de Ocorrência (delegacia física ou online) e guarde provas: prints, números, links, datas e horários.
- Use consumidor.gov.br, Procon e, se necessário, Defensoria Pública.
- Troque senhas de e-mail, redes sociais e apps; reative duas etapas.
- Ofereça apoio emocional: vergonha e culpa são comuns. Acolha e conduza o passo a passo acima.
Por fim, vale pontuar que manter uma rotina de atenção, conversar com frequência sobre os riscos e criar um ambiente de confiança faz toda a diferença para que os idosos se sintam seguros ao lidar com bancos, internet e celulares.
Quanto mais exemplos práticos forem compartilhados dentro da família, mais preparados eles estarão para identificar situações suspeitas e pedir ajuda antes de tomar qualquer decisão.
Informação clara e apoio próximo são as ferramentas mais eficazes para reduzir a vulnerabilidade e fortalecer a autonomia da pessoa idosa no dia a dia.
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